2021-07-26 17:16:14.0

UFPR desenvolve ações de prevenção a crimes digitais contra crianças e adolescentes

O projeto de extensão Prevenção ao Aliciamento de Crianças e Adolescentes (Proteca) é desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) para combater crimes cibernéticos e disseminar informações com vistas à segurança digital do público-alvo. Tecnologia, legislação, políticas públicas, educação e saúde são assuntos trabalhados pelo grupo desde 2018.

“Há muitos, muitos casos envolvendo os jovens, e de várias maneiras. Assim como são inúmeros os casos de universitários que estão sofrendo pelo crime cibernético ou já tiveram alguma situação anterior. E isso não é expressado”, afirma a professora do Departamento de Informática da UFPR Elenice Mara Matos Novak, coordenadora do Proteca.
O projeto conta, em julho de 2021, com dois bolsistas e com 35 alunos voluntários dos cursos de Direito, Informática Biomédica, Biomedicina, Ciências da Computação, Psicologia, Licenciatura em Francês, Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Odontologia – quatro deles, de outras universidades do Paraná.

Além de Elenice, participam do Proteca quatro docentes dos Departamentos de Ciência e Gestão da Informação, Enfermagem e do Setor de Educação da UFPR e um técnico-administrativo do Departamento de Informática. Parcerias institucionais reforçam a atuação na prevenção e no combate aos cibercrimes. “É necessário, a gente ter um olhar, um comportamento, um estudo, uma pesquisa, uma extensão de forma multidisciplinar. Só assim o assunto é atacado de maneira eficiente na sociedade”, defende a coordenadora.

Em conjunto com a Secretaria de Educação de Curitiba, o Proteca realiza um curso de extensão para aproximadamente 50 professores da rede municipal, para sensibilização e capacitação. De acordo com Elenice, na escola, as crianças e os adolescentes costumam se sentir à vontade e, muitas vezes, compartilham com mestres, gestores e colegas o que fazem no celular. “Mesmo de forma remota, o nível de confiança que os estudantes têm para perguntar para um ou outro professor que seja mais próximo… Os alunos raramente expõem isso para os pais”.

Os relatos de profissionais da educação sobre situações e casos de violência e a dificuldade de enfrentamento chamaram a atenção da equipe do projeto da UFPR. “Os professores começaram a revelar angústias que têm passado e nunca contaram. Ou contam e fica só na escola, ou com alguns colegas. Crianças estão sofrendo e, em alguns momentos, não estão revelando, mas os professores identificam – e não sabem o que fazer. Há casos em que eles tomam providências. E há situações em que todo mundo fica invisível. Todo mundo se esconde, e esse é o ponto do projeto”, problematiza a docente.

O curso para a rede municipal segue até agosto. Inclui palestras mensais para os educadores, que irão desenvolver e apresentar uma atividade para certificação. A pesquisadora do tema enfatiza: muitos crimes virtuais ocorrem por falta de informação. Quando os atingidos são jovens e crianças, recebem destaque as estratégias de aproximação dos aliciadores para ganhar a confiança da vítima, lamenta.

A natureza dos cibercrimes, as legislações aplicadas e a evolução do problema no Brasil são foco de pesquisas realizadas pelos integrantes do Proteca. Produção e publicação de artigos científicos, levantamento de dados estatísticos e promoção de lives são ações desenvolvidas com o intuito de gerar impacto na proteção digital das crianças e dos adolescentes.
Mais informações em https://proteca.ufpr.br/portal/.

Dados sobre denúncias
De acordo com informações disponíveis na página da SaferNet Brasil, são enviadas, em média, 2.500 denúncias (totais) diariamente à Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. A equipe recebe notificações sobre páginas que contêm evidências de crimes de pedofilia, pornografia infantil, racismo, intolerância religiosa, maus tratos contra animais e de outras tipificações. O sistema automatizado permite ao internauta o acompanhamento da denúncia. 

Única na América Latina e no Caribe, a Central configura o primeiro projeto criado pela SaferNet Brasil. A associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, vinculação político-partidária ou religiosa, foi fundada em 2005 por pesquisadores e professores das áreas da Computação e do Direito para defesa dos direitos humanos na internet.
Contato para esta matéria: ACS - Bruna Bertoldi  Telefone: (41) 33605008  
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