2020-05-07 11:22:42.0
UFPR formará 99 médicos em colação de grau antecipada
A partir desta quinta-feira (7), a sociedade poderá contar com mais 99 médicos que reforçarão o sistema de saúde brasileiro. Os profissionais, da primeira turma da Universidade Federal do Paraná (UFPR) a antecipar a formatura, devem colar grau remotamente, via processo na plataforma de gestão de processos eletrônicos da universidade.
A formatura antecipada partiu de um pedido da própria turma de formandos à coordenação de curso após o Governo Federal (por meio do Ministério da Educação (MEC) e de Medida Provisória) autorizar a formatura de estudantes da área da saúde (Medicina, Farmácia, Enfermagem e Fisioterapia) que tenham cumprido 75% do período de internato médico ou de estágio supervisionado. A medida vale enquanto durar a situação de emergência pública causada pela Covid-19.
O processo de colação de grau acontecerá de forma totalmente remota. Os estudantes deverão acessar o sistema de gestão de processos eletrônicos da universidade, assistir ao vídeo do reitor lhes outorgando o grau, ler e assinar os documentos necessários – termo de aceite, juramento e ata de colação. A partir daí, estarão formados e aptos a ingressar no mercado de trabalho.
Até a definição pela antecipação, houve muito diálogo entre os estudantes, membros do colegiado do curso, coordenação de Medicina e direção do Setor de Ciências da Saúde. Não foi uma decisão fácil para nenhuma das partes, mas a situação excepcional causada pela pandemia acabou prevalecendo. “Foi uma decisão que atendeu os anseios dos alunos, do Ministério da Saúde e da democracia interna da instituição. A situação foi discutida e votada por duas vezes no colegiado do curso e a maioria dos membros decidiu que não haveria danos à sociedade em formar os alunos no final da trajetória, antes de completar totalmente o internato”, explica o coordenador de Medicina, professor Ipojucan Calixto.
Para o diretor do Setor de Ciências da Saúde, Nelson Rebelato, a experiência do trabalho na prática poderá compensar as horas faltantes do internato. “Em termos institucionais, a universidade entende que pode haver perda no aprendizado do aluno. Mas, em contrapartida, os alunos terão uma oportunidade muito grande de aprendizado em uma situação emergencial que há muito tempo não se via no mundo. A iniciativa foi fruto de uma discussão coletiva e responsável. A universidade tem responsabilidade com a sociedade e jamais se furtará de enfrentar esses problemas adequando-se a cada momento”.
De acordo com o formando Guilherme Fioramonte, foi difícil abdicar dos planos que havia feito para o segundo semestre de 2020, porém ele acredita que a decisão, tomada em conjunto, foi correta. “Consideramos as demandas da sociedade, as recomendações sanitárias, o que nós enquanto acadêmicos e futuros médicos precisamos”, revela. Ele também considera que essa seja uma oportunidade de retribuir para a sociedade o ensino gratuito que teve. “Eu sinto, tanto como profissional de saúde quanto como cidadão, que é meu dever e isso me deixa feliz e grato”.
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