2018-10-02 11:19:48.0

Professores da UFPR desenvolvem projetos com apoio do CNPq sobre a Baía de Paranaguá

A Baía no litoral paranaense é a única baía brasileira que teve três propostas aprovadas por chamada do MCTIC

O projeto Panorama histórico e perspectivas futuras frente a ocorrência de estressores químicos presentes no Complexo Estuarino de Paranaguá (EQCEP) desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em conjunto com outras universidades é um dos três apoiados pela Chamada Pública MCTIC /CNPq - Nº 21/2017 - Pesquisa e Desenvolvimento em Ações Integradas e Sustentáveis nas Baías do Brasil que estuda a baía do litoral paranaense.

Cesar de Castro Martins e Renata Hanae Nagai, professores do Centro de Estudos do Mar (CEM), são os responsáveis pelo projeto na UFPR e pela execução das atividades de pesquisa no litoral paranaense. O estudo é uma parceria entre a instituição e Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A coordenação geral é do professor Michel Michaelovitch de Mahiques, do Instituto Oceanográfico da USP.

Em seu primeiro ano de execução, o objetivo principal do EQCEP tem sido avaliar a ocorrência atual e histórica dos principais estressores químicos (elementos traços e poluentes orgânicos) na Baía de Paranaguá e testar técnicas de tratamento dos sedimentos contaminados para a remediação da contaminação desta baía, subsidiando medidas para a manutenção da saúde deste ecossistema costeiro.

“A Baia de Paranaguá abriga uma das maiores reservas de mata atlântica preservada da costa brasileira, assim como florestas de manguezais pouco afetadas pela atividade humana. O estudo da qualidade ambiental deste ambiente nos últimos 20 anos tem focado em regiões específicas da Baia de Paranaguá, como a zona portuária e a cidade de Paranaguá, sempre de maneira pontual e a fim de atender demandas de órgãos ambientais ou entender o comportamento do ambiente para mitigação de futuros impactos agudos. O EQCEP permitirá olhar a Baía de Paranaguá como um todo, já que um esforço amostral do tamanho do realizado neste projeto, e cobrindo até as regiões mais isoladas, não havia sido feito”, explicam Cesar e Renata.

De acordo com os responsáveis, a primeira etapa de coleta de amostras foi realizada em março deste ano, com o foco de avaliar a ocorrência atual de estressores químicos nos sedimentos superficiais da Baía de Paranaguá, que reflete as condições atuais. “No total foram coletadas amostras de sedimento em 120 estações distribuídas ao longo do Complexo Estuarino de Paranaguá, gerando os primeiros resultados sobre as características físicas e de composição química. Com base nestes resultados iniciais, serão selecionadas as estações onde serão realizadas as análises de biomarcadores orgânicos moleculares e testes de toxicidade dos sedimentos para a identificação das principais técnicas de remediação de contaminação”.

Os professores destacam que a introdução histórica pelo homem de materiais diversos remete diretamente aos principais agentes estressores de alteração da saúde dos ambientes costeiros brasileiros. “A obtenção de informações precisas quanto aos impactos antrópicos torna-se ainda mais crítica para a formulação de políticas públicas eficientes, para a gestão sustentável, para a manutenção da qualidade ambiental e da saúde humana de forma a atender às demandas globais e regionais de gestão ambiental”. 

Assim, as informações geradas por esta proposta irão, direta ou indiretamente, contribuir de forma efetiva para a gestão sustentável e o saneamento da Baía de Paranaguá, contribuir com informações sobre o efeito das mudanças climáticas em diferentes escalas de tempo no litoral paranaense e propiciar subsídios para a tomada de decisões quanto à conservação e o uso sustentável dos ambientes costeiros e dos recursos marinhos associados.

Estudos sobre a Baía de Paranaguá

A Baía de Paranaguá, no litoral paranaense, é a única baía brasileira que teve três propostas aprovadas por esta chamada, totalizando quase 900 mil reais em recursos para pesquisa deste sistema. Além do projeto EQCEP, propostas lideradas pelos professores Paulo Lana (CEM) e Rodolfo José Ângulo (Geologia) apresentaram o andamento das atividades. “Por meio deste apoio, espera-se entender as questões ambientais, econômicas e sociais no litoral paranaense”, revelam os professores.

“As propostas da UFPR têm objetivos específicos distintos, mas todas buscam auxiliar o país a cumprir com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). As equipes da UFPR estão em contato desde o início da execução das propostas, visando a otimização dos recursos, a obtenção de resultados mais robustos, além de melhorar a qualidade da divulgação destes, ampliando o número de beneficiários dos produtos gerados por estas propostas”, afirmam Cesar e Renata.
Contato para esta matéria: ACS - Jéssica Tokarski  Telefone: (41) 33605008  
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