2018-05-04 08:44:05.0

Paciente do CHC, mesmo com diabetes, participa das principais provas de ciclismo

O próximo desafio é tomar parte de um acampamento para ciclistas diabéticos em julho nos EUA

Ivan Guilherme de Andrade, completou 18 anos, neste 14 de fevereiro, e há 6 anos faz acompanhamento no Complexo Hospital de Clínicas (CHC) da UFPR por ter diabetes. “O dia 30 de outubro de 2012 é uma data marcante para mim, pois fui diagnosticado com um problema em meu pâncreas, fiquei sabendo que eu era portador de diabetes mellitus tipo 1”, lembra Ivan. 

Para alguns, seria motivo de abalo, no entanto para o pequeno guerreiro, na época com 12 anos, encontrou no esporte a força para superar e manter uma qualidade de vida, iniciando, primeiramente, a prática de Muay Thai, Futebol, Skate, entre outros.

No ano seguinte, recebeu um convite para trabalhar e, mesmo contrariando os receios da família, aceitou. Muitas crianças diabéticas são impedidas de praticar atividade física e mesmo de brincar na escola, pois professores e pais têm medo da hipoglicemia. Mas, foi quando surgiu o interesse pelo ciclismo. Iniciou então, no esporte, com uma bicicleta bem básica, nada muito sofisticada para a prática.

Já em 2014, adquiriu uma pouco melhor do que a primeira e, por intermédio do tio, participou de sua primeira prova no Campeonato Metropolitano de Mountain Bike, demonstrando em suas primeiras experiências o seu potencial para a prática desse esporte.

Mesmo sem muitos recursos, começou a treinar com mais intensidade, “segui dicas de amigos mais experientes, também fiz pesquisas na internet e outras fontes que pudessem agregar novas técnicas, visando sempre o crescimento e superação no esporte”, explica.

Novamente, fez um novo investimento em sua carreira esportiva. “Troquei minha bike aro 26 por uma de aro 29, porque isso me traria mais competitividade nas futuras provas”, ressaltou.

Daí para frente participou das 8 (oito) etapas do Campeonato Metropolitano e, também, da Corrida das Nascentes (109 Km), uma etapa do Esquenta Panturrilha e encerrou o ano de 2014 com o Desafio dos 100 Km da Cicles Langner.

Em 2015, esteve presente 2° Etapa do Campeonato Metropolitano de Mountain Bike, chegando em 4° lugar nessa etapa, seu primeiro podium. Já na sua primeira prova de Ciclismo de Estrada – GP Curitiba de Ciclismo alcançou o 3° Lugar. “Pelo meu desempenho, fui convidado a integrar a equipe da Federação Paranaense de Ciclismo”, conta.

Nesse ano, ainda chegou no 4° Lugar, pela Federação Paranaense, no Circuito Batel de Ciclismo. Mas, foi em Maringá que teve sua primeira competição nacional, o Campeonato Brasileiro de Ciclismo, em duas provas.  A primeira, foi na modalidade – Contra-Relógio; mesmo sem uma bicicleta específica para tal, dos 47 participantes, ficou em 23°. Na segunda, com o mesmo número de ciclistas, chegou entre os 14 primeiros colocados percorrendo os 62km da prova de resistência. 

Veja o quadro geral dos seus vários pódios:

COLOCAÇÃO - PROVA
3° Lugar - Desafio Serra da Graciosa 2015
4° Lugar - 5° Etapa Metropolitano 2015
4° Lugar - Paranaense 2015
2° Lugar - Desafio Morretes de Ciclismo 2015
1° Lugar - 6° Etapa Metropolitano 2015
5° Lugar - 8° Etapa Metropolitano 2015
3° Lugar Geral – Juvenil Campeonato Metropolitano 2015
1° Lugar – Pro 1° Etapa Metropolitano 2016
4° Lugar - Cicuito Batel de Ciclismo 2016
2° Lugar - GP Curitiba de Ciclismo 2016
5° Elite - Copa Paranaguá de Ciclismo
2° Lugar - 8° Etapa Ranking Catarinense
2° Lugar - Contra-Relógio Campeonato Brasileiro Estrada – CRI – Pista/Júnior 2016
2 ° Lugar por Equipes - Campeonato Brasileiro Estrada – CRI – Pista/Júnior 2016
2 ° Lugar - Desafio Serra da Graciosa 2016
2 ° Lugar - 50° Circuito Boa Vista 2017
2° Lugar - 29° Subida Morro da Cruz 2017
1° Lugar - GP Curitiba de Ciclismo 2016
1° Lugar - 1° Etapa Cicuito Estrada 11° Volta Ciclistica do Futuro 2017
1° Lugar - Cicuito Estrada Copa Hans Fischer 2017 - 5° Etapa Campeonato Catarinense de Estrada
3° Lugar – Classificação Geral Copa Hans Fischer 2017 – 5° Etapa Campeonato Catarinense de Estrada
2° Lugar - MTB Jogos da Juventude 2017
1° Lugar - 51° Circuito Boa Vista 2018
1° Lugar - 30° GP Curitiba 2018
3° Lugar - 30° Subida Morro da Cruz 2018 

“Ivan, tem sido uma referência no esporte, demonstrando que o diabetes não limita ninguém a alcançar seus objetivos”, relata a médica da equipe multiprofissional da Unidade de Endocrinologia Pediátrica (UEP) responsável pelo acompanhamento do Ivan, há 6 anos, Suzana Nesi França.

A equipe envolve médicos, nutricionistas, educadores físicos, assistente social, enfermeiros, funcionários administrativos, psicólogo, alguns atuando por meio de projetos de pesquisa relacionados ao diabetes e exercício. 

Atualmente, Ivan treina em período integral, buscando sempre sua evolução no esporte e querendo sempre novas conquistas. “Tivemos sempre um excelente suporte por parte do HC que vem acompanhando, monitorando e efetuando testes e quero mostrar que a doença não é nenhum obstáculo”, conclui ele.

Seu próximo desafio é conseguir patrocínio para ir mais longe, além das provas, quer representar o Brasil no acampamento para ciclistas diabéticos que irá acontecer no mês de julho no Estados Unidos. O acampamento é uma iniciativa de um ciclista diabético que fez uma equipe mundial para provar que o esporte não é restritivo a quem tem a doença. 

Muito embora, ainda não sabe se terá condições de ir, pois está em busca de apoiadores, está treinando muito com o intuito de fazer parte dessa equipe e, também, com o apoio de uma escola de inglês que lhe patrocinou com um curso, está estudando para não perder nenhuma informação.

Diabetes

O diabetes mellitus tipo 1 acontece quando o pâncreas para de produzir insulina, explica Suzana, que é endocrinologista pediátrica do HC e professora de medicina do departamento do Pediatria da UFPR. Acontece por que o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência da destruição das células por fatores autominunes. 

“O diabetes tipo 1 é responsável por cerca de 5 a 10% de todos os casos de diabetes, mas corresponde a mais de 90% dos casos em crianças e adolescentes. Os portadores desse tipo necessitam de 4 a 5 injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais e há risco de vida se a medicação não for aplicada corretamente”, explica a médica. 

O exercício físico é parte fundamental do tratamento, junto com a insulinoterapia e alimentação adequada, porém deve ser sempre realizado com orientação e ajustes nas doses de insulina para evitar a hipoglicemia (açúcar baixo no sangue), uma complicação aguda do diabetes que pode ser grave se não tratada imediatamente. Por medo da hipoglicemia muitos portadores de diabetes deixam de praticar exercícios, principalmente quando isso envolve treinamento diário e prolongado, como é o caso do ciclismo. 

A equipe que atende os pacientes com diabetes, além da orientação individualizada em cada consulta, contato com escola e educadores, realiza encontros periódicos com as famílias dos pacientes e com profissionais de saúde e educação com o intuito de promover educação em diabetes e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O objetivo é que mais crianças e adolescentes como o Ivan possam desenvolver seu potencial e realizar seus sonhos.

O próximo encontro para pacientes, familiares de diabéticos, bem como para profissionais das áreas da saúde e da educação será o oitavo (VIII) e irá acontecer no dia 28 de maio na própria UEP.

SERVIÇO:  Paciente do CHC, mesmo com diabetes, participa das principais provas de ciclismo
CONTATOS:
Suzana Nesi França  (Médica HC) – com a Unicom (41)3360.1864 – (41) 98871.9423
Ivan Guilherme de Andrade (o paciente ciclista):  (41)99576.8772

anexos:

Tatuagem
Pódio
Orientação médica
Corrida
Contato para esta matéria: CHC - Unicom  Telefone: (41) 33601864  
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