AVISO DE PAUTA - Pela primeira vez, travesti negra defende tese de doutorado na UFPR
Defesa de Megg de Oliveira acontece nesta quinta, dia 30, às 14 horas
Pela primeira vez, uma travesti negra defenderá uma tese de doutorado na Universidade Federal do Paraná. Megg Rayara Gomes de Oliveira apresenta seu estudo às 14 horas desta quinta-feira (30), na sala 1100, 11° andar do Edifício Dom Pedro I (Rua General Carneiro, 460).
A tese de Megg trata do esforço de resistência empreendido por professores negros homossexuais para superar situações de opressão e se afirmarem como profissionais do magistério. O título é quase provocativo: “O diabo em forma de gente: (r)existências de gays afeminados, viados e bichas pretas na educação”.
Megg diz que a escolha do tema é uma conseqüência natural de sua própria experiência – alguém que, nascido do sexo masculino, se reconheceu como menina ainda antes de se reconhecer como negro, e enfrentou todas as dificuldades e preconceitos próprios dessa condição.
O estudo baseia-se na experiência de quatro professores de escolas estaduais: três do interior Paraná e um do Rio de Janeiro. “Ficou claro que tanto em cidades do interior quanto numa capital como o Rio, os termos usados para ofender e depreciar esses homossexuais são os mesmos. E que eles só conseguiram se empoderar a partir do momento em que passaram a dizer: ‘Sou isso mesmo’, atribuindo conotação positiva aos termos usados como negativos e assumindo publicamente sua identidade”, diz Megg.
Formada em Desenho pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Megg Oliveira tem especializações em História da Arte e História e Cultura Africana; é mestre em Educação pela UFPR, com uma dissertação sobre racismo e ensino da arte no Paraná.
É professora de desenho e pintura em tela em cursos da Fundação Cultural de Curitiba e este ano ingressou na UFPR como professora substituta de Didática em cursos de licenciatura.
Contato para esta matéria: Lorena Klenk Telefone: (41) 33605008